Isospora canis



Foto: Oocisto de Isospora canis não esporulado.

Foi achado nas fezes de um filhote de Bulldogue inglês (de aproximadamente 4 meses).
O animal apresentava episódios de diarreia profusa dias depois de ser adquirida (animal comprado em canil), no coproparasitológico foram encontrados oocistos de I. canis e A. caninum e foi tratado em seguida.

Agora, um mês depois, houve novamente episódio de diarreia e ao exame coproparasitológico foram encontrados oocistos de I. canis.


A contaminação do meio ambiente se dá pela eliminação de oocisto, não esporulados, juntamente com as fezes de um hospedeiro infectado. Em condições adequadas de temperatura, umidade e oxigenação, o oocisto esporula, tornando-se infectante para um novo hospedeiro. O oocisto de Isospora após a esporulação apresentam dois esporocistos contendo quatro esporozoítos cada (URQUHART et al.; 1998, FORTES, 2004). A infecção do novo hospedeiro se dá pela ingestão de alimento ou água contaminados com oocistos. Durante  a passagem pelo trato digestivo, os oocistos sofrem a ação de sais biliares e enzimas que liberam os esporozoítos para o lúmen intestinal. Estes penetram nos enterócitos e iniciam a etapa de 
desenvolvimento endógeno. Nessa fase, o  parasito se multiplica dentro das células, a princípio de forma assexuada, com formação de esquizontes e merozoítos e, em seguida de forma sexuada, formando gametas masculinos e femininos. Assim, da união desses gametas, forma-se o oocisto (PAIVA, 1996; URQUHART et al., 1998; FORTES, 2004). 

No cão, as espécies comuns de Isospora são I. canis e I. ohioensis que parasitam o intestino delgado e grosso desses animais. Os oocistos de I. canis são levemente ovalados com membrana externa lisa e esverdeada, contendo um pequeno lóbulo na sua extremidade mais larga (URQUHART et al., 1998; 
FORTES, 2004). Não há uma real evidência de que estas espécies de Isospora sejam patogênicas por si próprias, mas a infecção pode ser exacerbada por virose intercorrente ou outros agentes imunossupressores. Além da infecção por alimentos e água contaminados, o cão pode se infectar por ingestão de roedores infectados com estágios assexuados (URQUHART et al., 1998). Em geral, esses animais apresentam um quadro de diarréia que pode conter muco e sangue, vômito, desidratação, podendo ocorrer a morte de alguns animais em casos mais graves (GENNARI et al., 1999; TESSEROLLI et al., 2005).  

Em geral, a isosporose aparece mais comumente em filhotes. Estes adquirem a infecção através do contato com as fezes da mãe ou de outros animais parasitados. Como os filhotes  ainda não têm suas defesas naturais, desenvolvem a infecção rapidamente, muitas vezes com sinais graves. Os animais adultos, normalmente, não apresentam sintomatologia de isosporose, a menos que apresentem a doença após estresse ou concomitante a alguma doença imunossupressora (RODRIGUES & MENEZES, 2003; TESSEROLI et al., 2005).

Nos cães e gatos, as informações sobre tratamento são escassas, mas pode-se administrar sulfas, como sulfa-trimetropim por 10 a 20 dias e probióticos (URQUHART et al., 1998; NELSON & COUTO, 1998).

Para cães e gatos, o controle da isosporose se dá pelo isolamento dos animais doentes, evitando o contato  dos mesmos com animais sadios, mantendo os potes de ração e de  água sempre limpos e evitando a superpopulação em canis e gatis (TESSEROLI et al., 2005). O controle de moscas, ratos, baratas é importante no controle dessa doença em todas as espécies de animais, pois eles podem transportar o protozoário de um local para outro (RODRIGUES & MENEZES, 2003).

(REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA, Jan 2008)

Agradecimento: Fabiana S. Arakaki, proprietária do animal relatado (Bolacha) !!

A invasão do vírus


Esse vídeo foi feito pelos alunos de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto e ilustra de forma divertida a resposta imunológica na invasão de vírus no organismo.

Basófilo em sangue de gato

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Foto: Leucócitos em sangue de felino. À esquerda e com grânulos basofílicos está o basófilo, e à direita (ponta da seta) um eosinófilo, com granulação acidofílica.


Os basófilos contém grânulos de heparina. Deste modo, tem sido postulado que estas células podem agir principalmente na inibição do mecanismo de coagulação, além de terem ação anti inflamatória devido aos grânulos de histamina, também presente nos basófilos (Coles, 1984).
Esta célula pode, ainda, funcionar na promoção de liberação de lipídeos plasmáticos (Schalm, 1965).
São raramente encontrados no sangue circulante de pequenos animais. Essas células tem função semelhante ao dos mastócitos, o que difere é a localização, já que os basófilos são encontrados no sangue e os mastócitos no tecido conjuntivo. Ambas participam do desencadeamento da reação de hipersensibilidade.



O aumento de basófilos no sangue circulante (basofilia) está relacionado a doenças alérgicas e inflamatórias, dirofilariose, complexo granuloma eosinofílico felino e outras afecções associadas a eosinofilia.

Elurofilia: Adoração (patológica) por gatos!


ELURO: do latim, gato.
FILIA: atração, simpatia
1. Um desejo absurdo ter muitos gatos a tal ponto que algumas pessoas têm sido conhecida a ter dezenas de gatos em um apartamento ou casa. 
2. Um intenso entusiasmo por ter muitos gatos ao redor, às vezes, mesmo quando as condições não são adequadas para a sua existência. 


Sim, patológica! O elurófilo, ou famoso “gateiro”, leva para casa qualquer gato de rua, trazendo como desculpa a história mais triste e comovente possível. Essa mania pode começar achando que o único gato da casa precisa de um companheiro, mas como sabemos, onde cabe 2, cabe 3, e assim em diante.
A facilidade em acumular gatos se dá a grande adaptação destes animais a pequenos ambientes, têm menor gasto em relação aos cães (principalmente devido aos seus hábitos auto-limpantes), usam a caixa sanitária e são muito higiênicos.
E qual o problema de se tornar um elurófilo?
A grande quantidade de gatos na mesma casa torna o ambiente extremamente estressante para o animal, favorecendo diversas doenças, sem contar na baixa qualidade de vida do proprietário, que se torna escravo das tarefas domésticas a fim de viver para cuidar da grande população de gatos.
Portanto, aqui seremos elurófilos de mentirinha, apenas admiradores e proprietários de UM gatinho (ok, dois!), e para quem não é simpatizante dos felinos, aqui vão alguns motivos para mudar de ideia:
São inteligentes, auto-higiênicos, dormem até 18 horas por dia, são terapêuticos (a relação com um gato pode abaixar a pressão arterial do hipertenso), são carinhosos (e não traiçoeiros) e seu ronronar traz benefícios para a saúde humana (ronronterapia!).